sábado, 27 de novembro de 2010

Agenda 21 tem aula prática de Permacultura


Agenda 21 tem aula prática de Permacultura
Alunos do Curso Agenda 21 de Osasco visitam uma Geo-Casa


O curso Agenda 21 de Osasco – Formação de Agentes Socioambientais Comunitários –, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente de Osasco e pela organização não-governamental Movieco - Movimento Ecológico, realizou no último dia 20, uma visita técnica à Geo-Casa da permaculturora Cristina Brasileira, que além de educadora ambiental é, também, astrofenomenóloga, biomimeticista e consultora para produção orgânica de alimentos e regeneração de solos degradados.
Cerca de 50 alunos participaram de oficinas e palestras num ambiente totalmente adaptado às práticas de sustentabilidade, tais como destinação ecológica de resíduos sólidos, reaproveitamento de recursos disponíveis no local, produção de energia e tratamento de esgoto. Cristina ensinou ainda diversas práticas de produção de alimentos.
O secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Osasco – Carlos Marx – também participou da visita e acompanhou atentamente todas as explicações e conceitos técnicos desenvolvidos nas atividades do dia. “Este curso faz parte das inúmeras ações de envolvimento da população de Osasco nas questões ambientais. Queremos cidadãos conscientes e que atuem em suas respectivas comunidades”, completou Marx.
A Permacultura está fundamenta em técnicas ancestrais aliadas aos conhecimentos científicos com objetivo de resgatar valores fundamentais na boa relação do homem com a natureza.
Hoje a permacultura está espalhada em mais de 140 países, tem demonstrado inúmeros casos de sucesso e vem-se firmando em todo o mundo como um modelo prático e viável de reverter a crise ambiental que ameaça a sobrevivência no Planeta.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Movieco promove palestra no curso de Eco-Yoga


A palestra foi proferida por Silvania Oliveira, instrutora de Yoga de Porto Velho (RO). O Eco-Yoga gira em torno das preocupações ecológicas.

Movimento Ecológico - Movieco

Após palestra, público participa de Eco-Yoga

O Núcleo de Educação Ambiental, do Movimento Ecológico (Movieco), que tem como objetivo a promoção de cursos, palestras e oficinas para a formação e para o desenvolvimento do ser humano, realizou nesta quarta-feira (22/09), para alunos do curso de Eco-Yoga, a palestra “Stress a seu Favor” com Silvania Oliveira, instrutora de Yoga de Porto Velho, Rondônia.

Silvania Oliveira abordou as causas e consequências do stress, que está intimamente ligada com a forma em que cada pessoa se comporta diante de situações conflitantes. A palestrante explicou os benefícios e os objetivos da prática do Yoga e como este pode ser aplicado ao dia a dia para o gerenciamento e controle do stress.

O Yoga, segundo Silvania, é muito mais do que uma prática corporal, é atitude comportamental, que envolve não apenas o âmbito individual, mas o coletivo. “A prática do Yoga é balizada por uma conduta ética pessoal e social, que incorporadas ao nosso dia a dia produz uma mudança significativa”.

Após a palestra o público presente foi agraciado com uma aula de Eco-Yoga com Alexandra Fogatti, professora da equipe pedagógica do Movieco.

Eco-Yoga

Resumidamente, o Eco-Yoga usa técnicas do Yoga em atividades ao ar livre e princípios da Carta da Terra. É um conceito que designa a necessária convergência entre a espiritualidade tradicional e o ativismo social que gira em torno das preocupações ecológicas. É um constante aprender e cooperar com a Natureza.

Informações:
Movieco: contato@movieco.org.br ou (11) 4163-4382
Fonte: Movimento Ecológico - Movieco

Astrofísico Walmir Cardoso empolga alunos da Agenda 21


Agenda 21 recebe Walmir Thomazi Cardoso
Professor renomado aborda o tema Formação dos Planetas: Do Universo à identidade planetária

O curso Agenda 21, realizado pela Secretaria de Meio Ambiente de Osasco (SEMA) e pela ONG Movimento Ecológico (MOVIECO), recebeu no sábado, 18 de setembro, Walmir Thomazi Cardoso, professor do Departamento de Física da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e assessor dos Planetários de São Paulo e da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA), que ministrou uma aula sobre a formação dos planetas.
A aula foi aberta pelo aluno Paulo Roberto da Silva, que recitou a poesia “Defendendo a Natureza”, de autoria dos repentistas Moacir Laurentino e Zé Viola. O professor Walmir Thomazi Cardoso apresentou o tema “Formação dos Planetas: Do Universo à identidade planetária”. Em sua aula o professor utilizou recursos que agradaram aos alunos e os manteve o tempo todo interessados na palestra. E disse: “Hoje estou no meu céu. Estou no lugar de falar sobre o que mais amo na minha vida”.
Através de slides e histórias da mitologia, Cardoso explicou a formação do Universo, a origem da Terra e a importância da Astronomia e da Física na preservação do meio ambiente.
Ele elogiou a iniciativa da Prefeitura de Osasco e do MOVIECO em oferecer o Curso Agenda 21: “O programa Carta da Terra é importante para todas as pessoas hoje em dia. Quando a gente pensa na Carta da Terra, pensa em um programa educativo, então, quando você pensa em líderes comunitários, que estão ligados diretamente com o processo educativo em suas comunidades, essas pessoas devem conhecer não só o conteúdo da Carta da Terra como também a sua aplicação que é o que tem sido feito em vários lugares”.
“Estou surpreendentemente satisfeito porque o curso superou as minhas expectativas. Os professores são capacitados e tem compromisso na questão ambiental e social. Todos estão de parabéns. As pessoas sairão daqui mais convictas desse papel de defensores da natureza”, dizia o aluno Paulo Roberto.
Walmir Thomazi Cardoso encerrou a manhã também com poesia: “E com essas palavras de Clarice Lispector (trecho de Perto do Coração Selvagem), com essa imagem de Elifas Andreato (O Semeador) e com essa manhã deliciosa que vai do riso a emoção, que vai da nossa origem estrelar, do nosso brilho à nossa ação, do nosso pensamento à nossa atividade, é que deixo para vocês um carinhoso abraço e que a gente possa revelar a nossa ação amorosa, esse nosso plantio a cada dia, a cada momento das nossas vidas”.
No próximo sábado, 25 de setembro, o tema será “Projetos Locais da SEMA de Osasco”, a palestra será facilitada por Silzeni de Ângelo Lopes, Coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de Osasco (SEMA).

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O único modelo de assentamento sustentável no Brasil vive sob ameaças dos madeireiros



Comissão Pastoral da Terra
Rua Santa Luzia, 116, Centro
CEP: 68365-000 Anapu, Pa
CNPJ: 02.375.913/0009-75
Fone: 91-3694-1614


24 de agosto de 2010


D E N U N C I A

12 de fevereiro de 2005 marcou profundamente a história dos agricultores e agricultoras no norte/nordeste do Brasil. Nesta triste data a Irmã Dorothy foi brutalmente assassinada a queima roupa com seis (6) tiros. Ela foi assassinada porque defendia o direito das famílias na agricultura familiar, como também o direito da floresta e seus habitantes a sobreviver. Hoje as famílias defendidas pela Irmã Dorothy assumem com garra a defesa da floresta e suas criaturas. Os Projetos de Desenvolvimento Sustentável em Anapu na linguagem do INCRA são quatro, mas na linguagem do povo são duas: Esperança e Virola Jatobá. As famílias em todos dois projetos lutam hoje para poder sobreviver, defender a floresta e viver em paz. Virola Jatobá está construindo uma guarita onde eles mesmos vão ficar de guarda e defender a sua floresta de madeireiros invasores atrás de madeira ilegal. Há um porém na história: os madeireiros são armados, os guardas não. No PDS Esperança a guerra está declarada. Desde dezembro a área está invadida por madeireiros que saem dia e noite cheios de madeira nobre, ipê, jatobá, angelim, castanheira, madeireiros com nome e endereço como Divino Gambira, Alagoano, Delio Fernandes, César o filho de Silvino, Lazaro, Manin, João e Gerson.
Em setembro, 2009, os trabalhadores do município se organizaram para empatar a entrada e saída destes madeireiros. Conseguiram numa noite só parar 7 caminhões que eles mesmos entregaram para o IBAMA. Triste situação nossa é que o governo local e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais se juntaram com o governo estadual do Pará para cobrar a saída do chefe de IBAMA e parar as investigações da tirada ilegal de madeira em Anapu, seja por roubo direto ou manejos florestais ilegais. A governadora escreveu uma carta para o presidente de IBAMA. O chefe responsável e consciente for transferido para o IBAMA, Marabá. Anapu ficou sem cobertura de IBAMA. Resultado: as famílias conscientes do PDS Esperança assumem a luta em defesa de sua floresta. Mas a força destas famílias é frágil diante do dinheiro, das armas e o poder político dos ladrões da floresta. No mês de julho, 2010, um trator usado pelos madeireiros ladrões apareceu queimado. A tirada de madeira parou por um dia. Mas logo começou de novo. Nesta semana, na madrugada de 20 de agosto, foi queimado uma camionete de madeireiro,. Um caminhão grande também foi atingido. Tudo isso na Vicinal 1 do PDS Esperança, na área do Lote 57. Quem queimou esta camionete? Circula ameaças de morte. As casas são rodeadas de noite criando um clima de terror na Vicinal. No meio de tudo isso, chega o dono da camionete com trator e enterra o veículo queimado; ação curiosa que levanta suspeitas em relação a situação da camionete como também quem está por trás da queima destes carros. No dia seguinte, entrou para o PDS Esperança pelo menos 5 caminhões madeireiros, escoltados por carros menores e motocicletas, todos altamente armados. Foi feito Boletim de Ocorrência na delegacia da polícia civil em defesa dos trabalhadores ameaçados. Foi denunciada de novo a situação para o IBAMA e o Ministério Público Federal. E agora? Quais os recursos que restam para este povo fiel e determinado? Se recorrer às armas são bandidos, se deitar na frente dos caminhões madeireiros vai morrer. E a história vai contar o que? Que a floresta acabou porque o povo não a defendeu, porque o povo a derrubou? É assim que a história se escreve no Brasil...mas não é assim que ela acontece.

Curso Agenda 21 Osasco - Inscrições superam as expectativas dos organizadores


Curso Agenda 21 Osasco - Formação de Agentes socioambientais comunitários
Inscrições superam as expectativas dos organizadores


A Secretaria de Meio Ambiente (SEMA) em parceria com a ONG Movimento Ecológico (MOVIECO) iniciaram no último sábado, 21 de agosto, o curso “Agenda 21 Osasco – Formação de Agentes Socioambientais Comunitários”. O número de inscritos superou a expectativa da organização, cerca de 160 pessoas, dentre servidores municipais de Osasco, líderes comunitários, professores e interessados em geral, se inscreveram para participar do curso, o que levou os organizadores a aumentarem o número de vagas, de 50 para 60.

O Agenda 21 tem como objetivo estimular o interesse da sociedade civil na área ambiental. Dentre os temas abordados, os alunos terão aulas práticas e teóricas sobre: sustentabilidade, mudanças climáticas, gestão de resíduos, cultura de paz, entre outros.

O curso do dia 21 começou com a apresentação musical de Isa Ferreira e as boas vindas aos alunos do diretor do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, (confirmar nome) instituição que juntamente com a Faculdade Instituto Paulista de Ensino (FIPEN), é parceira para a realização do curso. Após a recepção do diretor do colégio, tomaram a palavra Carlos Marx, Secretário do Meio Ambiente de Osasco; Silzeni de Angelo Lopes, Coordenadora de Educação Ambiental; Adalberto Oliveira do Nascimento e Tânia Mara Moraes, do MOVIECO.

O primeiro dia de aula consistiu na apresentação do objetivo e conteúdo programático do curso, inteiramente conduzido pelo MOVIECO. Tânia Mara foi a facilitadora da aula inaugural e falou sobre a Agenda 21 e Sustentabilidade. No segundo encontro o tema fica por conta do “Pensar Global e Agir Local – Orientação para atuação no Terceiro Setor”, ministrado por Adalberto Oliveira do Nascimento, do MOVIECO.
A terceira aula com uma abordagem mais lúdica ficou por conta do pedagogo, Adriano Galhardo, que levou aos participantes os jogos cooperativos com a temática da Carta da Terra.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Histórias do Rio Negro


Caros:
O sudeste tem muito a aprender com a Amazônia. O Sudeste não conhece a Amazônia. Seus rios e florestas, as populações tradicionais e suas culturas;os ribeirinhos e suas lendas, os curupiras e botos devoradores, as ancestralidades das comunidades quilombolas.
E, sobretudo, o Sudeste ignora (ou não sabe mesmo...), que a Amazônia sendo a metade do território do nosso país, detém uma extraordinária riqueza, que mal conhecemos.

Quer mais? Depois eu conto...

Fiquem à vontade de desejarem replicar a mensagem.
Abreijos,

IVAN

Histórias do Rio Negro

Quem viu o Negro na vida nunca mais se encantará com outro rio. A imensidão das águas escuras, a magia que ele espalha à sua volta, seu enigma e o esplendor dos seus ocasos são coisas que impregnam a alma da gente. Tudo é o rio: seus infindáveis igarapés, as praias de areias brancas, o brilho da lantejoula negra e coruscante ao sol, seu humor, um dia vem, outro vai, um dia sobe outro desce. É a gênese da Manaus e da vida,

O Negro é sensual, insinuante, muito masculino. E um rio macho. Chega e se apossa da nossa paixão sem pedir licença. O caminhar inexorável das águas escuras e densas escorrega pela nossa vida; o esplendor dos igapós, terra de duendes aquáticos e mistérios submersos, árvores fazendo rendas e incontáveis grutas sombreadas. É uma teia de águas, um emaranhado de rios, igarapés e fontes, uma imensidão cheia de segredos e de histórias.

O Negro entranha na pele, cavalga nossos sonhos. Como um enorme risco a carvão ele emprenha a floresta, e, desse fecundar, nascem as árvores imensas, coqueiros e sagüis. Nasce a pupunha e o açaí, a gameleira e o oiti, a samaúma gigantesca e o camu-camu com suas frutinhas vermelhas, o apuí, as castanheiras, o cipó do guaraná, as orquídeas deslumbrantes e as bromélias enrubescidas. Também o Tucumã com seus espinhos, o urucum, fruto partido pingando sangue, e a seringueira que chora lágrimas de borracha. Nasce a floresta esmeraldina, o tamanduá, a onça pintada, o índio.

O Negro é isso tudo e mais ainda. É pai e mãe de botos e iaras e de curuminhas perdidas; tem a todos aninhados nas suas funduras cheias de lendas fantásticas, de pescadores enlouquecidos, de cobra-d’água e de lua cheia. É pai do peixe-boi, do aracu riscado e de quatro pintas, dos acarás, dos matrinxãs, dos jundiás, o preto e o amarelo, dos araripirás coloridos e rápidos, do pirarucu sobranceiro e orgulhoso da sua supremacia no reino das águas escuras.

Nas noites o Negro é regaço de namorados, nas prais enluaradas e areias macias. Suas águas sussurrantes recolhem suspiros, aconchegam carinhos e murmuram gemidos de amor. Aos domingos se veste de festa e paciência; as lanchas e barcos rasgam suas calmarias, a algazarra das crianças, os cuidados das mães, o colorido das bandeirolas, a toalha xadres e os piqueniques feitos nas suas margens, O rio parece se irritar um pouco com o som estridente dos toca-fitas, fazer um muxoxo de desdém aos exibicionistas, mas, sobretudo, estende-se majestosamente ao sol. Ao fim do dia é o seu esplendor áureo.

O entardecer do Negro tem todas as cores e nuances imagináveis. É a hora em que o rio conversa com DEUS. Então, nesse diálogo de suprema e efêmera beleza ele se supera. Ruge esplendoroso nos vermelhos, geme nos amarelos, chora nos azuis, para acabar se acalmando, langoroso, na doçura dos rosados e lilases. Rio e noite, noite e rio, não se sabe onde é o céu e onde é a a água, onde começa o sonho e acaba o mundo.

Referência bibliográfica:
VAL, Vera do. Histórias do Rio Negro, introdução. Manaus: Edições Muirquitã., 2007

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Cursos com inscrições abertas


Curso Carta da Terra – Formação de Ativistas Ecológicos
A formação proporcionará conhecimentos na área ambiental, ampliará a visão sobre uma cidadania planetária, uma ética do cuidado com o outro e com a natureza. O curso auxiliará os alunos na implantação de projetos de Educação e Gestão Ambiental em comunidades, ONGs, escolas, empresas, etc.

Temas Abordados:
• Carta da Terra e Agenda 21
• Sustentabilidade na Prática
• Desafios Ambientais: Mudanças Climáticas, Água
• Biomas brasileiros
• Permacultura Urbana
• Gestão de Resíduos – 3 Rs – Redução, Reutilização, Reciclagem.
• Cultura de Paz

Metodologias: Palestras, filmes, oficinas, dinâmicas, atividades lúdicas e cooperativas.
Público alvo: Estudantes, e interessados na área ambiental.
Carga horária: 3 meses de duração, 2 encontros semanais. Idade mínima: 16 anos.Com certificado
Inscrição e Local do Curso: Núcleo de E. A. do Movieco
Gratuito

Animare - Agenda 21 em Ação
Oficinas e Práticas de Sustentabilidade
Os encontros proporcionarão conhecimento na área ambiental, em práticas de sustentabilidade, ampliarão a cidadania planetária, a ética do cuidado com o outro e com a natureza. Os participantes serão orientados na implantação de projetos socioambientais e incubadoras de economia solidária nas comunidades em que estão inseridos.

Temas Abordados:
• Agenda 21 e Carta da Terra
• Economia Solidária
• Eco Design
• Permacultura: Cultura de Sustentabilidade
• Desafios Ambientais: Mudanças Climáticas, Água
• Gestão de Resíduos – 3 Rs – Redução, Reutilização, Reciclagem.
• Cultura de Paz

Metodologias: Oficinas, Palestras, filmes, dinâmicas de integração.
Público alvo: Interessados na área ambiental. Maiores de 16 anos.
Carga horária: Encontros aos sábados, no período de 6 meses. Com Certificado.
Inscrição e local do Curso: Núcleo de E. A. do Movieco
Gratuito


Curso Eco-Yoga

Todas as formas de vida estão ligadas entre si e dependem umas das outras. Nosso planeta segundo o biólogo James Lovelock, é um organismo vivo, Gaia.
Sendo viva, a Terra é um sistema de forças cuidadosamente equilibradas.
Quando temos o equilíbrio interior, temos também o equilíbrio em relação ao ambiente. Praticar Yoga e cultivar seu código nos leva a virtudes que facilitam a cooperação e o viver ecológico.

“Yoga é equilíbrio, Yoga é intrinsecamente ecológico”.Georg Forenstein.


Metodologia
Práticas: Pranayamas (Respiração), Asanas (Posturas Físicas), Método Hata Yoga Yenger, Estudo dos Yama e Niyama (código moral do yoga).
Carga horária: Turmas: segunda e quarta-feira das 8:00h as 9:30h
Inscrição e Local do Curso: Núcleo de E. A. do Movieco.
Gratuito


Curso Dança Circular
Compartilhando os passos deste caminhar dançante, os participantes vivenciarão valores humanos tais como Respeito, Inclusão, Paciência, Perseverança. Com danças do mundo, celebrando a essência de vida, o que nos Une.

“Dançando juntos, curamos a nós mesmos e ao nosso planeta e descobrimos que podemos fazer o mesmo em nossa vida diária”.Anna Barton

Metodologia: Danças como fonte de resgate, aprendizado e prática de Cooperação.
Inscrição: Núcleo de E. A do Movieco. As vivências serão uma vez por mês.
Gratuito


Inscrições Abertas para os Cursos de Carta da Terra e Eco-Yoga.
Solicitar fichas de inscrição pelo email: contato@movieco.org.br

Núcleo de Educação Ambiental do Movieco

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Os Dez Mandamentos, se quisermos continuar habitando este planeta abençoado!



José Ângelo Gaiarsa

1- Resgatar o principio da re-ligação: todos os seres, especialmente os vivos, são interdependentes e expressão da vitalidade do Todo que é o sistema Terra.

2- Reconhecer que a Terra é finita, um sistema fechado com recursos limitados.

3- Entender que a sustentabilidade global depende do respeito aos ciclos naturais. A fim de que a natureza tenha tempo de regenerar-se é preciso consumir com racionalidade os seus recursos.

4- Respeitar a biodiversidade que garante a rede da vida como um todo, pois propicia a cooperação de todos em vista da sobrevivência comum.

5- Valorizar as diferenças culturais que mostram a versatilidade da essência humana e nos enriquecem, pois tudo no humano é complementar.

6- Exigir que a ciência se faça com consciência e seja submetida a critérios éticos para que suas conquistas beneficiem mais à vida do que ao mercado.

7- Superar o pensamento único da ciência e valorizar os saberes cotidianos das culturas antigas e do mundo agrário porque auxiliam a busca de soluções globais.

8- Valorizar as virtuosidades contidas do pequeno e do que está embaixo pois nelas podem estar contidas soluções globais, bem explicadas pelo efeito borboleta.

9- Dar centralidade a equidade e ao bem comum, pois as conquistas humanas devem beneficiar a todos e não como atualmente, apenas 18 % da humanidade.

10- O mais importante: resgatar os direitos do coração, os afetos e a razão cordial que foram relegados pelo modelo racionalista. (Revista “Alternativa” nº 4 jul/out./07 sem citação de autoria)

EM SUMA:

“Se alguém lhe sorri, sorria.
Acene, se alguém lhe acena.
Escute, se alguém lhe fala.
Se alguém lhe fala, responda.
Não deixe cartas em branco.
Responda os telefonemas.
Atenda a quem bate à porta.
Receba quem o procura.
Que o mundo que o rodeia penetre seu coração;
Que as flores lhe digam coisas,
As aves em si confiem,
Que as crianças o busquem,
E que cada homem o veja
Como se vê um irmão
E tanto amor se irradie
A sua volta e de volta
Inunde seu coração
Que cada um de seus dias,
Como se fosse este dia,
Reconstitua a alegria
Do dia da criação.
(Benedicto Ferri de Barros)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agenda 21 de Osasco



O Movieco em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente de Osasco promoverá o curso “Agenda 21 Osasco – Formação de Agentes Socioambientais Comunitários”.
O curso, inteiramente gratuito, tem como objetivo disseminar conhecimentos na área ambiental, ampliando a visão sobre uma cidadania planetária, convidando os participantes a refletir local e globalmente, sobre a forma como todos os segmentos da sociedade, seja em âmbito público ou privado, poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais.
Com inscrições de 26 de julho a 13 de agosto, as aulas serão ministradas no Colégio Anglo Leonardo Da Vinci, localizado à Rua Euclides da Cunha, 377, centro, com inicio previsto para 21 de agosto.
Dentre os parceiros para realização do curso, destaca-se também a Faculdade Instituto Paulista de Ensino (FIPEN).
Alguns temas tais como: “Agenda 21 e Carta da Terra”, “Sustentabilidade na Prática”, “Desafios Ambientais: Mudanças Climáticas”, “Biomas Brasileiros”, “Gestão de Resíduos – 3Rs (Redução, Reutilização, Reciclagem)” e “Cultura de Paz”, serão abordados durante o curso, com discussões acerca de um plano de ação tendo como meta um novo paradigma ambiental, social, cultural, econômico e civilizatório.
De acordo com o Secretário de Meio Ambiente, Carlos Marx, desde 2006 Osasco tem realizado debates sobre a Agenda 21 local . “A retomada das discussões sobre este tema tem o intuito de envolver a sociedade no debate sobre questões prioritárias como a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.
No curso, com 50 vagas e duração de 5 meses, poderão participar servidores municipais de Osasco, líderes comunitários, professores, estudantes e todos os interessados na área ambiental que residam em Osasco.
As aulas serão realizadas aos sábados, das 8:30h às 12h, com a seguinte metodologia: realização de palestras, mostra de filmes, oficinas, dinâmicas de interação atividades lúdicas e cooperativas.
As inscrições serão recebidas na Secretaria de Meio Ambiente, localizada à Avenida Bussocaba, 300, sala 41, Vila Campesina, de 2ª a 6ª feira, das 8h às 12h.


Serviço:

Curso “Agenda 21 Osasco - Formação de Agentes Socioambientais Comunitários”
Inscrição: 26 de julho a 13 de agosto
Duração: 5 meses, com aulas aos sábados, das 8:30h às 12h
50 vagas (selecionadas)
Idade mínima: 18 anos
Escolaridade: Ensino Fundamental Completo
Documentos necessários: cópia simples RG e comprovante de escolaridade
Local de inscrição: Secretaria de Meio Ambiente (Avenida Bussocaba, 300, sala 41, Vila Campesina)
Fone: 11 3652 9511
E-mail: sema@osasco.sp.gov.br
Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h

sábado, 12 de junho de 2010

II Mostra de Cinema Ambiental de Barueri


Conhecimento é poder: assim o Movieco vai transformando mentalidades e ampliando consciências

Por Priscilla Wilmers Bruce
O silêncio é quebrado quando a voz do ator Marcos Palmeira ecoa no auditório. Traz uma mensagem do Greenpeace que sacode os pensamentos da atenta plateia, que acompanha a última noite de eventos da II semana do Meio Ambiente promovida pelo Movieco – movimento ecológico de Barueri.
Que plateia é essa e qual é o recado de Marcos Palmeira? Esses são alguns dos muitos elementos usados pelo Movieco - entidade ambientalista da cidade - na busca da construção de uma educação ambiental que conduza posturas e consciências para a urgentíssima questão da preservação do planeta. Desde 1998 a organização não governamental vem trabalhando fortemente na região de Barueri, contando com a participação de 19 mil alunos das redes pública e privada que já foram envolvidos pelas ações da entidade, como a agenda 21. A mensagem da coordenadora de projetos do Movieco, a ambientalista Tânia Mara Pereira da Silva é enfática. Diz ela: “Tudo se tenta para tocar a alma das pessoas. Queremos a mudança de comportamento. As pessoas não conseguem enxergar que fazem parte do meio ambiente, elas são o meio ambiente, estão inseridas nele.”
Com esse enfoque, foi organizada a segunda mostra de Cinema Ambiental de Barueri. Os filmes assistidos e debatidos são escolhidos a dedo; são quatro ao todo e levantam questões de grande importância, como um documentário que mostra a experiência da ambientalista queniana Wangari Maathai, ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2004, que promoveu o maior reflorestamento de seu país. A ambientalista convocou as mulheres da região para o trabalho de plantio de mudas nativas, e provou que pequenas e simples ações locais interferem no todo como resultado final. A carta da Terra, que tem como missão promover uma cultura de paz fundamentada na democracia, na ética e na integridade ecológica, também ganhou espaço narrada por Leonardo Boff.
Mas e o Marcos Palmeira, você deve estar perguntando? O ator que tem forte engajamento com a questão ambiental narra um filme produzido pelo Greenpeace que retrata a expansão da soja na Amazônia, que tem destruído florestas, expulsando de suas terras o nativo que ali sempre viveu, acabando com a biodiversidade que sempre foi à marca do país, muito forte na região amazônica, em Santarém, onde se passa o filme. O que está acontecendo na Amazônia de acordo com o documentário é um processo sem volta de desertificação. As florestas estão sendo derrubadas e queimadas para que o plantio da soja se efetue, pois, exige uma região muito extensa para isso. As pessoas que viviam da Terra, que não conheciam a fome, vão sendo empurradas para os bolsões de pobreza localizados nas periferias de Santarém. De volta à cidade, iludidos pela vida mais fácil, vivem rapidamente a realidade do desemprego em consequência da ausência de conhecimento em qualquer outro setor. Essas pessoas que foram despojadas de suas terras estão também desapropriadas de si mesmas. Uma viagem sem retorno para a maioria delas.
Os alunos da Escola Estadual Estevan Placêncio da aldeia de Barueri que formam a plateia, são “tocados” pela realidade do documentário, fazem perguntas, esclarecem dúvidas e vão devagarzinho fazendo o caminho proposto pela Ong Movieco: pensar sobre a importância da preservação e da sustentabilidade do meio ambiente, a casa que acolhe a todos nós. Eles vão refletindo sobre um dado profundamente doloroso e que afeta a humanidade como um todo: oitenta milhões de pessoas morrerão de fome no mundo ainda esse ano por absoluta falta de alimentos. Nesse ponto, você pode perguntar: mas o Brasil não pode fazer nada? O Brasil não é visto por aí como o “celeiro” do mundo?
Quem responde aos alunos é a permacultora e eco-designer Cristina Brasileira. Ela faz uma bela palestra sobre os meios de produção agrícolas alternativos com propostas de modelos sustentáveis que respeitam as condições locais. Diz a técnica para os curiosos alunos: “O meio ambiente está dentro da gente, e o país é riquíssimo em biodiversidade. Temos pampa, restinga, mata atlântica, cerrado (...) e o fim da biodiversidade que está ligada a nossa sobrevivência e alimentação, acabará com a vida.”.
Entre as propostas do eco-designer, para o gravíssimo problema da fome e do esgotamento do solo está a permacultura, vinculada a uma solução viável para a produção de alimentos para todo o Planeta. Em 1970, de olho no passado e nos meios de produção tradicionais e ancestrais dois pesquisadores australianos, Bill Mollison e David Holmgren, recuperaram, resgataram e aprimoraram esse meio de produção sustentável e holístico que eles uniram com os conhecimentos tecnológicos da ciência moderna. A nova filosofia que surgia dessa junção de conceitos, eles chamaram de Permacultura. Resumindo: eles organizaram um sistema evolutivo integrado de espécies vegetais e animais perenes úteis à vida humana e que fosse abundante para todos, sem prejuízo para o meio ambiente. Eles buscavam os princípios de uma agricultura permanente envolvendo aspectos éticos, socioeconômicos e ambientais que pode ser aplicada tanto no meio rural quanto no urbano. Essa é a grande diferença da Permacultura, como explica Cristina Brasileira: “A Permacultura é uma filosofia que resgata as práticas agrícolas tradicionais e os valores mínimos necessários à preservação da vida numa organização sistêmica. Unindo o conhecimento milenar ao desenvolvimento tecnológico, proporciona a integração das propriedades urbana e rural de forma viável, segura e sustentável para todos os seres envolvidos. Cada um tem seu papel valorado, respeitado e responsabilidade com o meio.”
Mas será que isso é possível realmente se vivendo em cidades verticalizadas como São Paulo e Barueri, que caminha para o mesmo destino? A permacultora diz que sim e cita como exemplo a Geocasa criada por ela e onde vive a sua família num bairro populoso da zona oeste da São Paulo. A casa que era tradicional, com quintal de ardósia foi transformada numa casa verde com todos os espaços aproveitados para o cultivo de hortaliças, temperos e frutas. A permacultora conta que economiza mensalmente cerca de R$1200.00 no supermercado, pois, deixa de comprar frutas, legumes, temperos, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Tudo isso é produzido pelas técnicas da permacultura em sua própria casa. Além da questão econômica ela aponta para o aspecto da saúde em si, foco principal da permacultura. Cristina ressalta a grande quantidade de agrotóxicos usados no agronegócio brasileiro comprometendo quase tudo o que consumimos. Isso sem falar na questão dos transgênicos, técnica desenvolvida em laboratórios que a partir de cruzamentos que jamais aconteceriam normalmente na natureza, são induzidos e provocados artificialmente com espécies vivas de famílias diversas. Ou seja, manipula-se uma natureza da qual não se tem controle e por isso se desconhece seus efeitos reais na saúde humana.
“Eu tinha o desafio de não colocar uma caçamba na calçada e aí eu fui transformando todo esse processo. Hoje eu consigo dar fim correto a todos os resíduos domésticos na minha casa. Meu absorvente é ecológico, a fralda que meu filho usou é de algodão... Muita coisa mudou, a permacultura promove essa mudança. (...) A gente começa a ter uma relação de amor com todos os seres vivos e com o planeta. Eu distribuo alimentos entre meus vizinhos como o chuchu, a uva no final do ano e o abacate, porque a permacultura respeita a sazonalidade.” – destaca Cristina Brasileira. Insisto na questão dos pequenos espaços urbanos afinal, as grandes metrópoles como São Paulo são constituídas basicamente de altíssimos edifícios. Ela mais uma vez dá como exemplo a sua própria vida: “Eu morei numa quitinete na Bela Cintra (zona central de São Paulo) e eu tinha uma varanda minúscula de dois metros quadrados, eu produzia alface, todos os temperos como tomilho, cebolinha, manjericão, salsinha, coentro e até rabanete eu produzia... Então, a permacultura é excelente em todos os sentidos especialmente nisso, não tem espaço definido, é em qualquer lugar, se tiver luz solar você pode produzir. Estou agora produzindo também shitake, shimeje e vou começar a produzir açúcar mascavo.” A colocação da permacultora se completa quando ela afirma que é possível se fazer uma horta verticalizada com pequenos vasos na parede mesmo, quando não for possível se contar com canteiros no chão.
Como preconiza o Movieco, conhecimento é poder, e sendo assim precisa ser compartilhado. Por isso Cristina Brasileira, - que pensa desse mesmo jeito - abre as portas da Geocasa toda quarta – feira das oito da manhã até o final da tarde para visitas públicas sem custos e também promove cursos. O próximo que vai acontecer na Geocasa é sobre aquecimento de água pela luz solar. Para quem quiser buscar a mudança de paradigma, mais do que isso, buscar uma vida mais humana com o cultivo ao respeito à natureza e ao próprio homem, pode encontrar informações no seguinte grupo de discussões: grupohomemverde@yahoogrupo.com.br ou ainda no email que a eco-designer atende que é itacgm@yahoo.com.br.
Tendo a arquitetura como parceira nessas mudanças o Movieco também levou para o auditório da Câmara municipal, o estudante de arquitetura Anderson Dourado, vencedor do prêmio Alphaville de Urbanismo Sustentável de 2010. O jovem de apenas 23 anos, idealizou um projeto que é calcado em quatro pontos: estudar, habitar, divertir e trabalhar num mesmo espaço que privilegia aspectos como acessibilidade, convivência, permeabilidade do solo, captação de águas das chuvas, praças e parques. Anderson comenta o projeto: “A ideia, foi proporcionar soluções simples para os problemas que envolvem a cidade”.
Quando se fala em cidade, pensa-se logo em trânsito caótico, acúmulo de lixo, enchentes... No caso do lixo, os dados são mais que preocupantes são assustadores! Em São Paulo se produz mais de treze mil toneladas de lixo doméstico diariamente. E metade desse lixo é orgânico, ou seja, matéria rica resultante de alimentos em decomposição, que poderia ser usada em hortas, pomares e projetos de permacultura. Uma verdadeira vitamina para a terra, que separada, torna-se um poderoso adubo para o solo. E qual é a solução que o futuro arquiteto vê para o lixo? “A proposta do meu projeto é a utilização de ar comprimido com uma tubulação específica que é colocada em cada residência. Saí mais barato comprimir o lixo, separando em tubulações que terão cada uma um tipo de lixo diferente como o orgânico e o industrial. A Indústria recolhe o lixo que ela mesma produziu, e o lixo orgânico seria levado para as vias verdes por exemplo.” Completa ele, como já é usado em algumas cidades da Europa.
Pergunto sobre a participação do Movieco em todo esse processo, e Anderson responde: “A importância do Movieco está na conscientização e na educação das pessoas que precisam entender o que é o meio ambiente, o que é educação ambiental. As pessoas não estão cuidando do lar que é o nosso planeta. O Movieco trabalha muito com as crianças e são elas que vão fazer a diferença...”.
Visionários, utópicos, iludidos? Talvez essa ideia possa passar pela sua cabeça quando conhece pessoas como a ambientalista Tânia Mara que dedica sua vida a educação ambiental... Ou ainda a permacultora Cristina Brasileira que trabalha para transformar o seu entorno trazendo prosperidade e alimento... Também o jovem Anderson Dourado que pretende fazer da arquitetura uma ferramenta associada ao conceito da sustentabilidade e da preservação. Porém meu amigo leitor, essas pessoas não são nem visionárias, nem iludidas, muito pelo contrário. Essas pessoas pensam coletivamente, estão buscando num mundo cada vez mais hostil, competitivo e desumano, viver a filosofia deixada por Mahatma Gandhi, ou a Grande Alma, que um dia habitou nosso planeta e disse: “Você deve ser a mudança que quer ver no mundo.”
Eles já começaram... e você?!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Manifestação Indígena na II Semana de Meio Ambiente





Pajé Kaxinawa ensina “homem branco” na II semana do Meio Ambiente em Barueri
Por Priscilla Wilmers Bruce
Ele tem 23 anos. Tímido, dono de olhos negros muito expressivos está vestindo calça jeans, tênis e camiseta. Passaria por um jovem comum entre tantos que andam por aí movidos por ideais e sonhos, construindo suas histórias, não fosse pelo rosto pintado e o lindo cocar que usa sobre os cabelos lisos e brilhantes.
Ele é um índio. Mais do que isso, é um pajé ! Pajé Txana Dasu. Mas como assim pajé? Você, amigo leitor, deve estar se perguntando, pois eu também fiz a mesma pergunta para ele. O próprio explica com uma fala mansa característica dos que usam o tempo sem pressa ou sofreguidão, mas com sabedoria: “Eu sou da tribo Huni Kuin Kaxinawa. Vim do Acre e aprendi a pajelança com a minha mãe. Mas eu também nasci com esse dom, dom de Deus, que a gente recebe. Dom gratuito que não pode ser cobrado. É para ajudar o irmão.”
Sensibilidade e profundidade são marcas da personalidade desse pajé que há sete meses está em São Paulo, na região de Barueri, fazendo o que ele mesmo chama de intercâmbio cultural. Desenvolvendo o xamanismo ele trabalha na sua comunidade com a farmácia natural ou Medicina da Floresta, aquela que considera o homem holisticamente, mais que um corpo a ser tratado. Mais precisamente, um corpo habitado por um espírito, por uma psique, que se relaciona com o meio ambiente permanentemente por ser parte dele.
O xamanismo tem como referência o Universo e os arquétipos do Xamã. Está focado no autoconhecimento, nos dons e potencialidades vindos da percepção, da intuição e da sensibilidade que vai lá, buscar na essência humana o porquê das doenças, das fragilidades. A cura se dá através do uso e manipulação de ervas com banhos, beberagens, chás, defumações. Pesquisas revelam que o xamanismo é prática espiritual das mais antigas na história da humanidade, conta-se mais de cem mil anos. Os índios Kaxinawas, possuem uma visão xamânica baseada no yuxin. O que isso significa? Para eles a espiritualidade não é algo sobrenatural, mas, incorporada à natureza, está na fauna e na flora, em tudo o que os cerca. Essa presença espiritual permeia tudo, é organismo vivo na terra, na água, nos céus. Por isso eles mais que respeitam o meio ambiente, eles o reverenciam. Faz sentido. Sem a sustentabilidade, sem a preservação das florestas para os Kaxinawas não há vida. Assim, para o xamã que procura conhecer e se relacionar com o yuxin, é indispensável o bem estar da sua comunidade. O pajé Txana Dasu comenta que o xamanismo e a pajelança ensinam o homem a valorizar tudo o que é sagrado, o que se sente, o que se sonha, como se vive e se relaciona com a Mãe Terra.
Resgato uma afirmação feita por ele a respeito do bem estar que devemos desfrutar para termos saúde. Pergunto: “Mas pajé então as doenças do homem branco estão relacionadas com o desenvolvimento urbano e o progresso?” A resposta vem acompanhada de argumentação sólida. Diz ele: “O homem branco, das cidades, não tem a mesma compreensão que o índio. O índio nas florestas é muito mais tranquilo. Na cidade você se alimenta com alimentos que não trazem a saúde. O índio já tem uma alimentação diferente do branco. (“...) As doenças, vem surgindo por causa de muita poluição. A Medicina da Floresta limpa o corpo e o espírito”.
Espírito de sobrevivência, diríamos nós se considerarmos a trajetória de nossos irmãos indígenas, olhando a nossa própria história. A comunidade dos Kaxinawas, assim como os Animawa Kampa, os Kutukinas, os Kontanaya e tantas outras que habitavam o alto Juruá enfrentaram dizimação em massa por causa dos processos de exploração. No século dezoito, foram os colonizadores em busca de escravos. No século dezenove, as invasões tornaram-se frequentes em função da borracha, obrigando os índios a mudanças culturais e de convívio que acabaram trazendo doenças para eles desconhecidas até então, como o caso do sarampo.
De acordo com o Censo de 2000 existiam 1400 habitantes da etnia no Brasil, enquanto que na Amazônia Peruana, apontava para 3964 habitantes desta comunidade. Vivendo do manejo de árvores na floresta, plantando especialmente aquelas destinadas à construção de canoas e casas, os Kaxinawas também cultivam feijão, mandioca, milho, banana, abacaxi, amendoim e algodão em roçadas. O algodão é usado intensivamente pelas mulheres Kaxinawas, que inspiradas na habilidade da aranha, tecem lindas esteiras e cestos com desenhos chamados Kene Kuim. Elas usam tinta de jenipapo, para também adornarem seus corpos em festividades como casamentos, passagem da vida infantil para a adulta e outros ritos valiosos na cultura indígena. A caça é de uso exclusivo do homem que profundo conhecedor dos hábitos e costumes dos animais, consegue imitá-los.
E exatamente por causa dessa riqueza cultural e visão sempre atual de preservação e sustentabilidade que o movimento ecológico – Movieco, sediado em Barueri convidou o pajé para uma conversa esclarecedora com o “homem branco” na II semana do Meio Ambiente, realizada no Ganha-tempo, coração do município. Lilian Pereira, que trabalha como controladora de acesso e segurança, passava por ali no momento em que o pajé dava informações sobre os costumes de seu povo. Respeitosa, pediu licença e de posse do microfone disse: “Vocês são verdadeiros heróis, defendendo a Amazônia que é o coração do Brasil.”
Ela tem razão se pensarmos na mensagem que o pajé traz a todos nós para reflexão; diz ele: “O que eu posso dizer com muito respeito e humildade é que o homem branco tenha mais consciência dentro de si e que a Mãe Terra é muito importante para nós, porque é dela que a gente tira o pão nosso de cada dia. Essa terra está sendo explorada; não há compreensão de respeitar. (...) Hoje o homem branco não chega na beira do rio. As florestas não existem mais!”
Nos próximos três anos, o pajé que foi substituído temporariamente na função entre os Kaxinawas, está com uma agenda parecida com a do “homem branco”. Ele viajará pelo Brasil e para a Índia, levando sua mensagem de um mundo mais saudável, sustentável e preservado.

Semana do Meio Ambiente




Educação, teatro e alegria: receita de sucesso da II semana do Meio Ambiente em Barueri
Por Priscilla Wilmers Bruce

O cheiro agradável de flores invadiu o ar acompanhado do violão ritmado. No centro da roda, um índio, o xamã da tribo, médico respeitado por sua ancestralidade, conhecimento e poder, cuida de um homem branco que está morrendo. O elemento feminino se faz presente na personalidade de uma índia que dança, espalhando a cura com ervas escolhidas com propósito definido e muita sensibilidade... Mas ao contrário do que você pode estar imaginando agora, não estamos numa bucólica mata preservada de qualquer ação humana. Estamos no coração de Barueri, no movimentado Ganha-tempo, onde diariamente circulam perto de cinco mil pessoas para resolverem problemas característicos do mais típico processo de urbanização: ali tira-se carteira de indentidade, encontra-se assistência jurídica, busca-se proteção do Procon e tantos outros serviços naturais e necessários para quem vive nas grandes cidades.
Acontece que o Ganha-tempo durante uma semana é o palco escolhido para se pensar, refletir e discutir a II semana do Meio – Ambiente. A iniciativa é do Movieco – Movimento Ecológico ambientalista de Barueri que desde 1998 vem trabalhando na educação ambiental, na região metropolitana do estado de São Paulo e que faz parte da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê trecho Pinheiros – Pirápora.
O motorista de ônibus Robson Fernando Magalhães está de pé com a filhinha Sofia adormecida nos seus braços; atento, Robson acompanha as apresentações que se sucedem ali, bem na entrada do Ganha-tempo. Ele veio com a família resolver uma questão de documentos, mas não resistiu, curioso parou para assistir ao grupo Tragôdia Teatral Onírico. O grupo capitaneado pelo ator Adamo Uriel Zilis evoca a carta do chefe Seattle, um dos mais belos e profundos manifestos de respeito à vida e ao Meio Ambiente. A carta foi escrita em 1854 e é endereçada ao presidente dos Estados Unidos, que na época pretendia comprar as terras onde viviam os índios Suquamish, para situá-los numa pequena reserva. O que nós aqui em Barueri e no Brasil temos com isso? Muito mais do que se imagina... A carta do Chefe Seattle é um documento atualíssimo e universal quando se pensa em todo o processo de aculturação ao qual nossos índios tiveram que se submeter. Mais ainda quando se fala em preservação de mata nativa!
Adamo Zilis, o ator que evoca a memória do chefe Seattle comenta: “A mensagem é tão atual. Parece que acabou de ser escrita. (...) É uma semente que fica para a reflexão de todos nós. (...) Eu trago essa particularidade desde a infância. Eu tenho muita afinidade com a cultura indígena, com a preservação da fauna e da flora, que estão ligadas ao xamanismo. Sem isso não tem cura para o índio. O xamã é o médico dos índios. Entre os povos gregos, pelo teatro se buscava a cura e entre os árabes, era a música a responsável pela saúde do espírito.”
Com uma agenda de atividades focada na educação, com múltiplas ações como a coordenação de grupos de estudo, consultoria em gestão ambiental e desenvolvimento de programas em setores públicos e privados, o Movieco, também aposta no teatro como ferramenta lúdica de conscientização e mudança de paradigmas. O projeto “Bicho é o bicho” que tem como
alicerce a literatura, a música e o teatro, também se apresentou no Ganha-tempo para uma plateia pra lá de seleta e entusiasmada: sim você acertou no público-alvo das ações ambientais: as crianças! Afinal é com elas que se dá todo o despertamento da consciência socioambiental. Elas são os agentes multiplicadores mais eficientes na educação de todos nós, os adultos.
A socióloga Lou Spinelli com vinte anos de experiência no Terceiro Setor em instituições nacionais e internacionais em projetos socioambientais, uniu-se a musicista e talentosa cantora paraense Giselle Griz, de olho nesse público que é sintonizado, inteligente e ávido por informação.
Elas trouxeram de casa a história da gatinha seamesa Kira, que ganha as páginas de um lindo livro infantil que leva o pequeno leitor num passeio pelo universo da nossa pungente Amazônia... Não há criança (e adulto!) que não se encante com o enredo criativo, delicado e embalado pelas lindas canções de autoria de Giselle Griz. O livro com Cd foi lançado na XIII feira Pan-amazônica do livro, um importante cenário literário infantil. Para a assessora da Secretaria de Cultura do Pará, Zana Moura, a iniciativa tem um grande peso na educação ambiental privada e pública do estado:“A questão da área ambiental é muito trabalhada na feira Pan-amazônica do livro. Lá existe a parceria com as escolas públicas e privadas. Mas as escolas públicas respondem com oitenta por cento disso.”
Parceria, que as autoras de “Kira” estão buscando em São Paulo como declara Lou Spineli:“Nosso maior objetivo é trabalhar com escolas públicas, movimentos de bairros, ONGs. O que a gente tem procurado fazer e ainda não se concretizou é parceria com os governos, com os municípios para que a gente possa fazer doação de livros e não venda”. Como o projeto “bicho é o Bicho” é independente, Lou Spineli e Giselle Griz estão assumindo todos os custos com o livro, cd e a performance teatral que acompanha a apresentação de “kira” para o publico infantil.
O pequeno Bruno, de cinco anos de idade, filho do motorista de ônibus entrevistado, Robson Fernando Magalhães, teve que sair praticamente arrastado pela mãe da apresentação do “Bicho é o Bicho”. A mãe tinha que trabalhar e o garotinho não conseguia desgrudar os olhos das personagens ali na frente. Só depois de beijos, fotos e abraços, ele se conformou, e de pescoço torto, saiu lançando um olhar “cumprido” para Kira...
É ver para se apaixonar também. Criança sabe o que quer!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Semana do Meio Ambiente

Programação:

Dia 7 de Junho

Local: Ganha Tempo-Barueri

11:00h Abertura oficial

11:30h - Performance Teatral: inspirada na Carta do Chefe Seattle – a carta de Seattle é um dos mais belos e profundos pronunciamentos a respeito da defesa do meio ambiente –, com o Grupo Experimental Movieco e Tragôdia Teatral Onírico.

12:30h - Espetáculo com bonecos: “Bicho o é o bicho” alicerçado na literatura, música e teatro. Abordam questões de vivência, proteção animal, e consciência socioambiental. Com: Lou Spineli e Giselle Griz.

13:30h às 16:00h: Vivência de percepção ambiental: Trilha da vida

Dia 8 de Junho

Local: Ganha: Tempo-Barueri

11:00h às 12:30h - Manifestações artísticas e roda de conversa: com Pajé Txana Dasu da etnia Kaxinawá-Acre.

13: 00h às 15:00h Oficina infantil de pintura corporal indígena.

13: 00h às 16:00h - Vivência de percepção ambiental: Trilha da vida.

Dia 9 de Junho
Local: Ganha: Tempo-Barueri

11:00h - Performance Teatral: inspirada na Carta do chefe Seattle.

12:00h - Espetáculo com bonecos: “Bicho o é o bicho”. Com: Lou Spineli e Giselle Griz

12:00h às 15:00h - Vivência de percepção ambiental: Trilha da vida




2ª MOSTRA DE CINEMA AMBIENTAL DE BARUERI

Local: Câmara Municipal de Barueri

Dia 09 de Junho

Filme: Revolução Silenciosa – Documentário Produzido pela BSGI (Brasil Soka Gakkai Internacional) mostra experiências de comunidades que mudaram suas respectivas realidades com iniciativas locais. O filme trata, também, a experiência da ambientalista queniana Wangari Maathai, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2004 por promover o maior reflorestamento de seu país.
horário: 19:00h às 20:00h

Filme: Carta da Terra – Com Narração de Leonardo Boff – o filme divulga a Carta da Terra, cuja missão é promover uma transição para formas sustentáveis de vida e uma mudança no comportamento dos seres humanos, de modo que estes entendam que somos todos partes de uma mesma sociedade global que deve estar fundamentada num modelo de ética compartilhada, de respeito pela vida, com integridade ecológica, democracia e uma cultura de paz.

Apresentação de Projetos Sustentáveis – com Tânia Mara Moraes, ambientalista e coordenadora da ONG Movieco e Adalberto Nascimento, físico e ambientalista, Anderson Dourado – vencedor do Prêmio Alphaville de Urbanismo Sustentável de 2010.
horário: 20:00h às 22:00h


Dia: 10 de Junho

Filme: Soja em Nome do Progresso, com Marcos Palmeira – Produzido pelo Greenpeace Brasil. O filme retrata a expansão da soja na Amazônia as comunidades locais que são ameaçadas e expulsas de suas terras, e a destruição da floresta.
horário: 19:00 às 20:00h

Filme: Projetos agrícolas alternativos no Brasil, Realização Remi Veyrand, com a participação do Conselho Regional Rhône-Alpes, Biocoop ‘Germes de vie”, Associação Arché de Saint Antoine. O Filme retrata iniciativas da Agroecologia no Brasil seus benefícios para a saúde humana e para o planeta.
Apresentação: O que é Permacultura, Transgênico, Agricultura Orgânica – com Cristina Brasileira, Permacultora, Eco-designer e coordenadora dos programas: Homem Verde e Agenda 21 Húmus Sapiens Planetaris.
horário: 20:00h às 22:00h